Inclusp ajuda candidatos, mas pede medidas complementares

Programa busca atrair estudantes da rede pública para a Fuvest com bonificação no vestibular

Foto: Cecília Bastos / USP Imagens

Criado em 2006, o Inclusp envolve aumento de até 25% na nota da Fuvest para estudantes de escolas públicas | Foto: Cecília Bastos / USP Imagens

O Programa de Inclusão Social da USP (Inclusp) envolve um sistema em que candidatos de escolas públicas recebem bônus (aumento) na nota da primeira fase e na nota final do vestibular da Fuvest. A porcentagem de bônus, hoje, pode chegar a 25%, dependendo do grupo em que o candidato se insere.

Os alunos que cursaram ou estejam cursando todo o ensino médio em escolas públicas têm direito a 12%. Para aqueles que, além disso, tenham estudado todo o ensino fundamental na rede pública, o bônus sobe para 15%.

Alguns desses candidatos podem ser incluídos ainda no Programa de Avaliação Seriada da USP (Pasusp), criado para integrar os estudantes no processo do vestibular, estimulando a participação na prova mesmo antes da conclusão do ensino médio.

O programa é voltado apenas aos alunos que estejam cursando o segundo ou o terceiro ano do ensino médio público e que tenham estudado todo o ensino fundamental também em escolas públicas.

No Pasusp, os estudantes do segundo ano que prestam o vestibular como treineiros recebem 5% de bônus na prova da Fuvest. Caso sejam aprovados na primeira fase do vestibular, ganham 5% de bônus na prova do ano seguinte, quando prestarem a Fuvest novamente. Ou seja, alunos que estejam no terceiro ano do ensino médio e que tenham participado do Pasusp no ano anterior com aprovação na primeira fase recebem, ao todo, 20% de bônus.

Tanto candidatos Inclusp como Pasusp podem obter um bônus adicional de 5% caso se declarem pertencentes ao grupo de pretos, pardos ou indígenas.

Avaliação do Inclusp

Dez anos atrás, quando foi criado, o Inclusp envolvia uma bonificação universal de 3%, que se manteve até o vestibular 2008. Em 2009, foram incorporados mais 6% decorrentes do desempenho no Enem e mais 3% pela prova do Pasusp.

Sistema de bonificação do Inclusp

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Fonte: Pró-Reitoria de Graduação

Uma nova mudança só veio a ocorrer em 2012, quando o bônus subiu de 12% para 15%, com acréscimo vindo do Pasusp – pontuação que dependia do número de acertos na primeira fase. Para o vestibular 2013, a USP instituiu mais 5% na nota final da Fuvest para candidatos pretos, pardos e indígenas que tivessem cursado todo o ensino básico na rede pública, totalizando um máximo de 20%.

Finalmente, após avaliar os resultados da Fuvest 2014, foi decidido que o bônus do Inclusp no vestibular seguinte seria desvinculado do desempenho do estudante, ou seja, desde que o candidato atingisse a nota de corte, ele já receberia os 12% de acréscimo, podendo chegar aos 25%.

Evolução do bônus

Evolução do bônus | Fonte: Pró-Reitoria de Graduação

Como os resultados do ano seguinte ainda foram considerados insuficientes, com aumento de 32,3% para 35,1% de ingressantes de escolas públicas, utilizar a prova do Enem foi a solução encontrada.

“Nossa opção foi não mudar o valor da bonificação, para não criar distorções. Então tínhamos duas opções: ou implantar cotas ou nos inserirmos naquilo que o Brasil já vinha fazendo, que é o Enem, e oferecer outra porta de ingresso”, explica Antonio Carlos Hernandes, pró-reitor de Graduação da USP.

Foi avaliado que, sozinho, o bônus não conseguiria fazer a Universidade atingir a meta de alunos oriundos do ensino público. Ainda assim, o sistema já conseguia cumprir mais da metade do objetivo.

Ao aderir ao Sisu, a USP definiu o limite de 30% de reserva das vagas em cada curso. “Se tem os 30% que entram com a bonificação, mais os 30% que vêm pelo Sisu, acreditamos que a composição dessas duas possibilidades deva atingir a meta de alunos de escolas públicas e de PPI. É uma outra maneira de se chegar ao mesmo resultado”, conclui o professor Hernandes.

 

Douglas Medeiros Pessoa, 22 anos

Estudante de Engenharia de Computação da Escola Politécnica (Poli)

Morador de Brasilândia, bairro da cidade de São Paulo, Douglas começou a estudar na USP em 2015. A primeira opção de curso era Engenharia Mecânica, mas, como não foi aprovado, seguiu para a segunda opção: Engenharia de Computação.

O curso também estava nos planos, afinal, o sonho era ser engenheiro. A definição da carreira ocorreu durante os dois anos em que frequentou o cursinho oferecido pela própria instituição em que pretendia estudar, a Poli.

Estudar no cursinho gratuito da Poli foi uma ajuda e tanto para Douglas. “Depois que terminei o ensino médio, fiquei um tempo sem estudar para trabalhar. Era para juntar dinheiro. Meu pai não tinha como me manter enquanto eu estudava; com o dinheiro que guardei, consegui me dedicar no cursinho.”

Trabalhar e estudar eram a vida dele desde a primeira série do ensino médio, realizado em escola pública. “Sempre estudei em escola pública, desde o jardim de infância”, conta o estudante de engenharia. Seu histórico na rede de ensino pública permitiu que ele participasse do Inclusp no vestibular 2015.

“O Inclusp me ajudou. Na primeira fase do vestibular, tinha feito 64 pontos, consegui os 15% de aumento na nota e fui para a segunda fase, quando recebi mais pontos”, diz Douglas.

Hoje, como um estudante da USP, ele tenta ajudar outros jovens que, assim como ele, querem fazer uma universidade. Douglas é um dos atuais coordenadores do Cursinho da Poli e dá aulas.

Foto: Alexandre Gennari / SCS


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