Livro mostra a riqueza e as belezas do Araguaia

Com texto de professor da USP, obra mostra a fauna e a flora de uma das maiores bacias hidrográficas do mundo

 27/10/2017 - Publicado há 6 anos
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O Araguaia: livro analisa o rio desde sua nascente, no Cerrado, até desaguar na Amazônia – Foto: Dimitri Matoszko/Edson Endrigo

A conscientização da necessidade de preservar a fauna e a flora brasileira é o que norteia o livro Araguaia: do Cerrado à Amazônia, escrito pelo professor Luís Fábio Silveira, docente do Instituto de Biociências da USP e curador da Seção de Aves do Museu de Zoologia da USP, e ilustrado com as imagens dos fotógrafos Edson Endrigo e Dimitri Matoszko. ”Este belíssimo livro nos mostra o quanto a natureza tem a nos oferecer e o quanto temos a perder se não levarmos isso em consideração em nossas decisões. Espero que estas imagens, além do prazer visual, sejam fonte de reflexão e inspiração para esta e as gerações que estão por vir”, diz, na apresentação do livro, Wilson Lemos de Moraes Neto, diretor de agropecuária do Grupo Lemos de Moraes, que apoiou a publicação, feita pela Aves & Fotos Editora.

Bacia do Rio Araguaia

Em sua primeira parte, Araguaia: do Cerrado à Amazônia traz uma ilustração da bacia hidrográfica do Rio Araguaia e destaca as três principais unidades de conservação na bacia: o Parque Nacional do Araguaia, o Parque Estadual do Araguaia e Área de Proteção Ambiental Meandros do Rio Araguaia e, por fim, o Parque Nacional das Emas.

No capítulo inicial, Luís Fábio Silveira versa sobra a importância do Rio Araguaia na história. ”O mítico rio cuja travessia marcou a entrada dos brasileiros rumo ao sertão desconhecido, e de onde muitos nunca retornaram. O rio onde milhares de indígenas das mais variadas tribos navegavam, tiravam sua subsistência e desenvolveram sua cultura durante milênios. O rio onde o homem branco, a partir da primeira metade do século 20, descobre diamantes e começa a se instalar, ainda que de maneira muito precária”, destaca Silveira. A obra traz, também, dados numéricos da dimensão da bacia hidrográfica, formada pelos rios Araguaia e Tocantins. Juntos, constituem, com 950 mil km², a segunda maior bacia hidrográfica da América do Sul, superada apenas pela Amazônica. Ainda, a união dos rios Araguaia e Tocantins faz dessa a maior bacia exclusivamente brasileira.

”O rio Araguaia foi assim batizado pelos indígenas por causa da presença dos periquitões-maracanãs (araguaí) na região. Araguaí, inclusive, é um nome ainda bastante comum no interior do Brasil, sendo aplicado à espécie Psittacara leucophthalmus, uma ave até hoje abundante”, escreve Silveira. Na sequência, Araguaia: do Cerrado à Amazônia descreve o percurso do rio, de sua nascente, no Cerrado, até desaguar na Amazônia.

Capa do livro Araguaia: do Cerrado à Amazônia

O capítulo Biodiversidade é outro de destaque em Araguaia: do Cerrado à Amazônia. Segundo o professor Silveira, mais de 300 espécies de peixes já foram registradas, e pelo menos 60 delas só são encontradas nessa bacia, não ocorrendo em qualquer outro lugar do planeta. O livro traz a informação de que cerca de 45% de todas as espécies de aves registradas no Brasil já foram observadas na bacia do Araguaia. Também são apresentadas ao leitor informações sobre espécies encontradas na bacia que correm risco de extinção. ”Vinte espécies de tartarugas, seis espécies de jacarés e pouco mais de 100 espécies de mamíferos, influindo uma variada comunidade de macacos, morcegos e carnívoros, são encontradas no Araguaia, sendo que muitas dessas espécies encontram-se ameaçadas de extinção”, destaca o livro.

A partir daí, Araguaia: do Cerrado à Amazônia traz uma série de imagens de várias espécies encontradas na região. O maior destaque é dado para as aves.

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