Colóquio apresenta a biblioteca de Murilo Mendes

Nesta quinta-feira, dia 10, na Biblioteca Brasiliana da USP, especialista fala sobre o acervo do escritor mineiro

 08/08/2017 - Publicado há 7 anos
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O Museu de Arte Moderna Murilo Mendes, em Juiz de Fora, MG – Foto: Divulgação

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No dia 10 de agosto, quinta-feira, às 14 horas, acontece o 21º Colóquio Mindlin — Uma Biblioteca de Escritor: a Biblioteca de Murilo Mendes. Iniciativa da Biblioteca Brasiliana, o evento tem como objetivo debater sobre figuras importantes da intelectualidade brasileira ou estrangeira. Em sua 21ª edição, uma conversa sobre o poeta Murilo Mendes será conduzida pelo pesquisador da Fundação Casa de Rui Barbosa, Júlio César Castañon Guimarães. O foco do encontro será apresentar ao público a biblioteca do escritor.

Falecido em 1975, Murilo Mendes foi um dos mais importantes poetas brasileiros. Pertencente à mesma geração de outros gênios literários, como Mário de Andrade, antes de ter a escrita como profissão Mendes executou diversas outras atividades em busca de estabilidade, como prático de farmácia, professor de francês, funcionário de cartório, telegrafista e arquivista do Ministério da Fazenda. Como escriturário do Banco do Brasil, começou a publicar poemas e textos em revistas e jornais modernistas — o primeiro passo para a carreira do poeta.

“Ele acredita que o chão é duro
Que todos os homens estão presos
Que há limites para a poesia “
O Utopista – Murilo Mendes (foto)

Tal experiência profissional, aliada à curiosidade do intelectual por diversas áreas do conhecimento, rendeu ao poeta uma biblioteca heterogênea. Para além de obras literárias nacionais e estrangeiras — que marcam grande presença no acervo do escritor —, livros sobre crítica de arte, música, filosofia e teologia também são encontrados em sua coleção. Segundo o professor Júlio César Castañon Guimarães, grande estudioso de Mendes, “a biblioteca conta com um bom conjunto de obras situadas em vários campos do conhecimento, responsáveis por refletir diretamente os interesses do autor”.

Além dos livros de outros escritores, a própria produção do autor é consideravelmente diversificada — durante a vida, Murilo Mendes também escreveu sobre música e artes plásticas.
A biblioteca do autor está localizada na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em Minas Gerais, cidade natal de Murilo Mendes e onde ele começou seus estudos. Pouco mais de 20 anos atrás, a instituição criou um centro de estudos exclusivo sobre a produção do poeta. Posteriormente, o centro foi transformado em museu de arte. Levando o nome do homenageado, além da biblioteca, o espaço abriga sua coleção de artes plásticas e um arquivo contendo materiais pessoais, como correspondências.

“Na palestra, pretendo expor o que é a biblioteca e quais são as possibilidades de uso daquele espaço”, comenta Guimarães. “O material tem uma enorme importância. Primeiro, como fonte de estudo para a obra de Mendes. Segundo, pelo valor em si desse acervo. Há trabalhos interessantes mesmo para aqueles que não estejam estudando Murilo Mendes, como livros de crítica literária, filosofia e crítica artística. É um acervo com títulos relevantes, de artistas importantes, tanto nacionais quanto estrangeiros.”

Dentre o patrimônio cultural locado na biblioteca, destacam-se as primeiras edições de obras de Mendes, como Tempo e Eternidade (1935), Poesia Liberdade (1947) e Contemplação de Ouro Preto (1954). Segundo Guimarães, materiais assim são importantíssimos para os estudos literários sobre o autor.

O 21º Colóquio Mindlin  Uma Biblioteca de Escritor: a Biblioteca de Murilo Mendes acontece dia 10 de agosto, quinta-feira, às 14 horas, na Sala Villa-Lobos da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (Rua da Biblioteca, s/n, Cidade Universitária, em São Paulo). Entrada grátis. Não há necessidade de inscrição.


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