Workshop busca caminhos para ampliar interação academia-indústria

O evento será dia 19 de junho na sala do Conselho Universitário, na Cidade Universitária, com transmissão ao vivo

 12/06/2017 - Publicado há 7 anos
Tanque de Provas Numérico (Centro de Simulações), parceria da USP com a Petrobras, que é uma das principais clientes, ao lado da Braspetro, da Marinha do Brasil e da Vale – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

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A USP conta com uma grande comunidade dedicada à pesquisa básica e aplicada, realizada com o apoio das agências estatais de fomento e com grande potencial para desenvolvimento e inovação (DI), além de possibilidades expressivas para inserção no setor industrial.

Nem sempre, no entanto, há o suficiente cuidado em disponibilizar os conhecimentos construídos no âmbito acadêmico – graças a expressivos recursos provenientes de impostos – à sociedade em geral e em especial à indústria.

Encontrar caminhos para eliminar essa distorção é o objetivo do workshop Ciência & Indústria – Construindo Novos Caminhos em Tempos Desafiadores, que se realiza no dia 19 de junho, das 8h30 às 17h30, na antiga sala do Conselho Universitário, com transmissão ao vivo pela internet. Confira a programação.

O encontro faz parte da série Strategic Workshops, iniciativa da Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP) da USP e do Instituto de Estudos Avançados (IEA), com apoio da Academia de Ciências do Estado de São Paulo (Aciesp). Desta vez a organização inclui também o Núcleo de Política e Gestão Tecnológica (PGT) da USP. O encontro é gratuito e aberto ao público, mas requer inscrição previa via formulário on-line.

Diálogo

O intuito dos organizadores do workshop é acelerar a discussão sobre a interação academia-indústria no âmbito da USP. Para isso, convidaram para dialogar representantes de unidades da Universidade que se destacam em pesquisa, desenvolvimento e inovação – nas áreas tecnológica, social, educacional e de gestão -, de empresas e de entidades públicas e privadas relacionadas com a questão.

A expectativa é que o encontro colabore na identificação de rumos mais eficientes para as atividades em parceria entre os dois setores, além de estimular debates que contribuam para superar as dúvidas existentes sobre a aproximação entre academia e indústria.

Segundo os responsáveis pelo workshop, essa aproximação é benéfica para a academia e a indústria e poderá abrir novas oportunidades de financiamento à pesquisa básica independente na Universidade, fora do âmbito das agências estatais de fomento. “Também permitirá o aprimoramento na formação dos alunos e maior absorção dos egressos pela indústria, principalmente nas áreas de pesquisas básica, ainda pouco conhecidas pelas empresas.”

Riscos

Guilherme Ary Plonski, vice-diretor do IEA e coordenador do workshop – Foto: Maria Leonor de Calasans/IEA

Para a comissão organizadora, devido ao relativo distanciamento entre academia e indústria, a nação e os brasileiros que investem na geração do conhecimento “correm o risco de não usufruir de produtos essenciais, que poderiam melhorar as condições socioeconômicas do Brasil e promover o país à sua tão esperada projeção internacional”.

Não somente o Brasil perde com essa situação: “A USP é que mais perde nesse processo”. Por isso, os responsáveis pelo workshop consideram de forte interesse que a comunidade uspiana “entenda melhor seu potencial para DI, utilizando-o efetivamente em benefício da nação”.

Entre os meios para isso, sugerem que os pesquisadores da USP “explorem melhor sua Agência de Inovação (Auspin) e as agências de fomento, contribuindo também para superar uma lacuna que o Brasil sofre desde seus primórdios: a condução de uma economia fracamente baseada no conhecimento gerado em suas próprias universidades”.

Estímulos

Eles ressaltam, porém, que as agências de fomento estaduais e federais estimulam e investem seriamente em pesquisa, desenvolvimento e inovação. “Em São Paulo, com destaque à Fapesp, também o governo estadual procura estimular a academia à cooperação, através de mecanismos como o Plano Diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação em São Paulo, em fase final de elaboração.”

Várias indústrias nacionais e multinacionais também têm procurado estimular a comunidade acadêmica com a proposição de projetos de alto nível científico e oferta de recursos, segundo a comissão organizadora. “Dentro dessa rica atmosfera, a comunidade acadêmica deve buscar meios para melhor explorar essa disposição favorável das agências de fomento e do setor industrial, sempre preservando suas atividades de pesquisa básica, essenciais para o sucesso desse processo.”

Ao falar em “indústria”, a organização do encontro refere-se ao conjunto de atividades produtivas e de pesquisa, desenvolvimento e inovação realizadas fora do âmbito acadêmico tanto pela iniciativa pública quanto pela privada, abrangendo todos os setores econômicos, entre os quais: industriais, do agronegócio, extrativista, de serviços, sociais, educacionais, culturais e artísticos, de gestão e governamentais (municipais, estaduais e federais).

A coordenação do workshop é dos professores Guilherme Ary Plonski, vice-diretor do IEA e coordenador científico do PGT-USP; Tito José Bonagamba, diretor do Instituto de Física de São Carlos (IFSC); e Antonio Mauro Saraiva, da Escola Politécnica (Poli). Os três e o professor Hamilton Varela, assessor técnico da PRP, são os organizadores.

Mauro Bellesa/Divisão de Comunicação do IEA

Mais informações: (11) 3091-1678 ou e-mail sedini@usp.br com Sandra Sedini


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