Sonda experimental do Grupo Zenith levou micro-organismos à estratosfera

A proposta do grupo é desenvolver e difundir tecnologias aplicadas ao setor aeroespacial para estimular e ampliar visibilidade dessa área no Brasil.

 13/05/2016 - Publicado há 8 anos     Atualizado: 30/05/2016 as 15:58

Neste sábado, dia 14, aconteceu o lançamento de uma sonda experimental à estratosfera, no entorno do Hangar I do Departamento da Engenharia Aeronáutica da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP.

Batizado como missão Garatéa, o evento fez parte de um projeto do Grupo Zenith – formado por estudantes de graduação da EESC que realizam trabalhos extracurriculares na área de engenharia aeroespacial –, orientado pelo professor do Departamento de Engenharia Mecânica, Daniel Varela Magalhães, com a participação do engenheiro mecatrônico e ex-aluno da Escola, Lucas Fonseca, que participou da missão aeroespacial da sonda Rosetta. A proposta do grupo é desenvolver e difundir tecnologias aplicadas ao setor aeroespacial para estimular e ampliar visibilidade dessa área no Brasil.

O objetivo do lançamento da sonda – realizado por meio de um balão meteorológico inflado com gás hélio – era expor micro-organismos extremófilos e algumas biomoléculas a condições extremas para analisar sua capacidade de sobrevivência e os danos moleculares sofridos, bem como a resiliência de moléculas candidatas a bioassinaturas, como os pigmentos biológicos.

Essa parte biológica do projeto é coordenada pelo professor do Instituto de Química (IQ) da USP, Fábio Rodrigues, em parceria com o pesquisador do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), Douglas Galante. O interesse em compreender a resposta desses organismos quando expostos a tais condições extremas justifica-se por eles servirem de modelos para a vida que poderia existir em ambientes diferentes da Terra, seja no Sistema Solar, seja em exoplanetas.

Foto: Divulgação

Durante o lançamento, a missão dos integrantes do Zenith era assegurar que o experimento fosse controladamente exposto ao ambiente severo da estratosfera, a 32 km de altitude, lidando com condições extremas muito similares às encontradas em órbita. O equipamento conta com três sensores de radiação ultravioleta e contadores de radiação ionizante, bem como sensores ordinários como barômetro, termômetro e acelerômetro. Devido à baixa pressão nessa altitude, o balão com gás hélio se rompeu ao ponto esperado, e a sonda fez o retorno com segurança por meio de um paraquedas desenvolvido especialmente pelo grupo.

O evento aconteceu no campus II da USP em São Carlos, e foi aberto ao público geral, que podecompanhar de perto o funcionamento dos componentes da sonda, bem como participar do processo do lançamento de outro balão de alta altitude para compreender de uma forma diferente como essa teoria se aplica ao nosso cotidiano.

A missão Garatéa também faz parte do “Global Space Balloon Challenge”, um desafio organizado pela Stanford University e pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, sigla em inglês) que reúne participantes do mundo inteiro, competindo em diversas categorias como: design, melhor experimento, maior altitude, maior distância horizontal viajada e melhores imagens. Para concorrerem nessa última categoria, os membros do grupo acoplaram, antes do lançamento, microcâmeras que fizeram o registro fotográfico durante o percurso do balão.

Keite Marques / Assessoria de Comunicação da EESC

Mais informações: na página do Grupo Zenith no Facebook


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