Cordel com ciência: história da fluoretação das águas é contada em verso

O cordel “O Dragão da Maldade Contra a Fluoretação da Água” nasceu de uma conversa entre o professor da USP Paulo Capel Narvai e dos cordelistas Cristine Nobre Leite e Antônio Costa Teixeira

 28/06/2016 - Publicado há 8 anos
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Após a publicação do cordel, surgiu a ideia de musicá-lo e fazer um videoclipe | Foto: Divulgação

Contar a história da fluoretação das águas, sua origem, importância e como a proposta chegou ao Brasil é a intenção do cordel O Dragão da Maldade Contra a Fluoretação da Água. A ideia nasceu de uma conversa entre o especialista no assunto Paulo Capel Narvai e dos cordelistas Cristine Nobre Leite e Antônio Costa Teixeira.

Segundo o Capel, que é professor da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, a iniciativa de escrever literatura de cordel foi um desafio e, ao mesmo tempo, um estímulo. “Com quase uma centena de artigos publicados em revistas científicas, tenho uma certa familiaridade com literatura científica, mas fazer versos não é algo fácil para mim. Então, eu tive de aprender a fazer”, relata. Para isto, a parceria com Cristine, que usa o nome artístico de ‘Madrugada’, foi decisiva. “Pacientemente, ela me orientou sobre métrica e rimas e outros detalhes e o cordel foi ganhando vida, e sendo permeado por aquela atmosfera típica desse tipo de literatura popular”.

Ao contar a história da fluoretação das águas em cordel, a equipe quis preservar nos versos os conflitos de valores, a luta entre o bem e o mal, ou seja, o universo muitas vezes mágico que é bastante presente nos cordéis, um tipo de publicação em folhetos com poemas populares, geralmente rimados e ilustrados. “Por isso a evocação do Dragão e do Santo Guerreiro. Creio que funcionou. Nossa expectativa é que, utilizando essa linguagem poética, possamos ampliar o leque de interessados no tema e popularizar os esforços em prol da água de abastecimento público, de qualidade, portanto clorada e fluoretada, como direito de todos”, afirma o professor.

Após a publicação do cordel, surgiu a ideia de musicá-lo e fazer um videoclipe. Para a música, os autores contaram com a participação de Antônio Costa Teixeira, que usa o nome artístico de ‘Sereno’. Gravado em um estúdio de Guarabira, na Paraíba, em setembro do ano passado, o cordel musicado virou um documentário produzido pelo Centro Colaborador do Ministério da Saúde em Vigilância da Saúde Bucal (Cecol) da USP. O vídeo está disponível para uso como ferramenta didática em estudos sobre fluoretação das águas, autores. Assista à produção:

“A perspectiva é de que seja utilizado amplamente, seja em atividades didáticas em processos formais de aprendizado, seja em espaços de discussões sobre saúde pública, SUS e direito à saúde”, explica Paulo Capel.

Saúde bucal

O Cecol criado na FSP em 2009 para desenvolver atividades de vigilância da saúde bucal, com ênfase aos aspectos relacionados com a vigilância da fluoretação das águas de abastecimento público e temas associados. O objetivo é contribuir para melhorar a qualidade da gestão setorial com o objetivo de dotar o país de um sistema de vigilância da fluoretação das águas assentado em informações confiáveis e melhorar a qualidade dos dados disponíveis sobre a cobertura da fluoretação no Brasil.

O professor Paulo Capel Narvai é o coordenador geral do Centro e participa da Rede Vigiflúor – A Rede Brasileira de Vigilância da Fluoretação da Água.

Cristine Nobre Leite é cearense, radicada na Paraíba. É graduada em odontologia pela Universidade Federal da Paraíba (1995) e especialista em Odontologia para Pacientes Especiais e em Odontologia em Saúde Coletiva e da Família. Atualmente integra uma Equipe Saúde da Família em Pirpirituba (PB) e atua também no Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) de Belém (PB), onde atende pessoas com deficiência. É Conselheira Municipal de Saúde.

Com informações da Assessoria de Comunicação Institucional da FSP

Mais informações: site http://www.cecol.fsp.usp.br, email pcnarvai@usp.br


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