Simpósio de cibercultura discute comportamento social na Internet

De 14 a 16 de dezembro, evento vai tratar das oportunidades e transformações que surgem da interação na rede

 14/11/2017 - Publicado há 6 anos
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Para especialistas, a dimensão híbrida e conectiva que marca a comunicação digital estende-se a todos os âmbitos da vida e das interações, alterando as práticas econômicas, políticas, relacionais e as formas de aprendizagem – Imagem: Reprodução

A maioria dos jovens brasileiros conectados limita-se ao uso da Internet para se comunicar em redes sociais e fazer downloads de músicas e vídeos. Apenas uma pequena parcela utiliza integralmente as possibilidades oferecidas pela rede, fazendo pesquisas educacionais, acompanhamento de fóruns e blogs, cursos a distância ou produção e postagens de conteúdo. O diagnóstico faz parte de uma pesquisa feita na USP que buscou compreender o comportamento de jovens diante das telas digitais e as transformações e oportunidades que surgem a partir desta interação.

Este e outros assuntos relacionados à cibercultura estarão em debate no 10º Simpósio Nacional da ABCIBER – Conectividade, Hibridação e Ecologia das Redes Digitais, que acontecerá dias 14, 15 e 16 de dezembro de 2017, no campus da USP na Cidade Universitária, Butantã, São Paulo.

Os trabalhos a serem apresentados se dividem em eixos como big data e ciência dos dados; cidades inteligentes; cultura digital e povos tradicionais; arte, sexo e corpo; privacidade e vigilância; cultura hacker; influenciadores digitais; educação on-line; net-ativismo; inteligência artificial; novos negócios; games; poéticas e culturas da conectividade; e moedas criptografadas.

Além de mesas e painéis científicos, o evento terá Feira de Exposições de Soluções Digitais, performances, sessões de lançamentos de livros, exposição de arte, eventos musicais, exibição de filmes de realidade virtual, e happy hour de Soluções Inovadoras de mercado. Confira a programação completa.

Professora Brasilina Passarelli: pesquisas em cibercultura buscam compreender o comportamento das pessoas na Internet e as transformações e oportunidades que surgem a partir desta interação – Foto: Marcos Santos / USP Imagens

Brasilina Passarelli, coordenadora da Escola do Futuro da USP, instituição que conduziu a pesquisa com jovens brasileiros, é uma das organizadoras do evento. Ela afirma que “as tecnologias digitais contribuem para o surgimento de novos tipos de interações capazes de criar materialidades em todas as áreas do conhecimento humano”. Nesse contexto, o simpósio reunirá diversos atores envolvidos em rede (pesquisadores, estudantes, empreendedores, empresários) interessados em discutir temas relacionados à cibercultura. Brasilina acredita que em uma sociedade cada vez mais conectada, complexa e com imensos desafios pela frente, é necessário “promover discussões que despertem capacidades de discernimento de informações, de conteúdo e de análises críticas dos meios e dos canais digitais”, explica.

Escola do Futuro

A pesquisa Juventude Conectada foi um dos inúmeros projetos realizados pela Escola do Futuro da USP, com a iniciativa privada ou com organizações governamentais. O estudo, feito em parceria com a Fundação Telefônica, traçou um retrato do comportamento dos jovens diante das telas de celulares em vários Estados brasileiros. Em 2015, foram entrevistados 1.440 jovens, com idade entre 16 e 24 anos, de todas as classes sociais. Após a coleta de dados, pesquisadores da USP e de outras instituições utilizaram as informações para refletir sobre as tendências digitais desse grupo de pessoas, com base em quatro grandes eixos: comportamento; educação; ativismo e participação social; e empreendedorismo.

No eixo de ciberativismo, sabe-se que a Internet ampliou o ativismo social e político criando novas formas de atuação e mobilização. A pesquisa verificou que em 2013/2014 as redes sociais foram cruciais diante dos movimentos estudantis, quando os jovens se colocaram como protagonistas da história, reivindicaram direitos sociais (passe livre), lutaram contra reformas políticas e medidas contra a crise hídrica. Reuniões e chamadas para as ruas foram conduzidas e mobilizadas pelas redes sociais.

Outros trabalhos importantes da Escola do Futuro incluem o Acessa São Paulo, programa desenvolvido com o governo do Estado de São Paulo, que teve o objetivo de incluir a população no mundo digital. Segundo Brasilina, o programa que foi criado em 2000 já passou por várias etapas. De um projeto que previa a inclusão digital, o Acessa São Paulo evoluiu e vem estimulando e capacitando pessoas a, além de consumidoras, serem produtoras de informações e conteúdos digitais.

As inscrições para o ABCIBER 10 – Simpósio Nacional da ABCIBER – Conectividade, Hibridação e Ecologia das Redes Digitais podem ser feitas pelo site do evento.

Serviço

ABCIBER 10Simpósio Nacional da ABCIBER – Conectividade, Hibridação e Ecologia das Redes Digitais
Data: 14, 15 e 16 de dezembro de 2017
Local: Escola de Comunicações e Artes (Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443, Cidade Universitária, São Paulo)
Mais informações e acesso às inscrições estão disponíveis no site do evento


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