Para pesquisador, população LGBT deve ser representada de forma mais plural – Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil via Fotos Públicas
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A forma como minorias são representadas na mídia afeta a maneira como a sociedade as reconhece. Assim, o jornalismo deve abarcar diferentes visões para que possa promover a pluralidade nas representações. No caso da população LGBT, é importante que suas histórias sejam contadas a partir de diferentes espaços sociais, sem que sejam associadas a características estereotipadas.
A experiência profissional do jornalista Gean Oliveira Gonçalves, em veículos voltados para o público LGBT, o levou a pesquisar sobre o papel do jornalista para a compreensão desse grupo. “Essa experiência do dia-a-dia me mostrou as dificuldades de jornalistas em estabelecer diálogos com uma população que é diversa. Isso me motivou a pensar formas para que se construa um verdadeiro lugar de escuta com essas pessoas”, afirma.
Em sua dissertação de mestrado, Signo da diversidade: narrativa e compreensão jornalística com pessoas LGBT, realizada na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, Gonçalves analisou reportagens premiadas de jornalistas que haviam se dedicado ao tema para apontar as estratégias utilizadas. Se baseou nos livros-reportagens: O Nascimento de Joicy, de Fabiana Moraes, Muito Prazer – Vozes da Diversidade, de Karla Lima, e Entre a Cruz e o Arco-íris, de Marília de Camargo César. Para ele, as jornalistas apresentaram narrativas com o devido cuidado ético.
Ouça mais sobre as conclusões do jornalista no áudio abaixo:
Quanto à forma como jornalistas podem se posicionar em relação à temática LGBT, o pesquisador afirma: “Se a narrativa jornalística considera estratégias de reconhecimento, de solidariedade e de diálogo, há mais chance dessa reportagem ter mais sensibilidade e uma aproximação da realidade desse ‘Outro’ — no caso, alguém que a sociedade julga como fora do espectro legítimo de sexualidade e gênero”.
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