Estranha e bela. É como o colunista Guilherme Wisnik define El Alto, quarta maior cidade da Bolívia e tema de sua coluna semanal para a Rádio USP. Cidade de origem indígena, chama a atenção por sua arquitetura curiosa, que Wisnik define como neoandina por apresentar ornamentos que citam motivos andinos. Basicamente, trata-se de construções grandes, coloridas e ornamentadas, que, geralmente, servem como locais de eventos e que são resultantes de um processo histórico e social: o enriquecimento de uma classe que ascendeu socialmente graças ao comércio.
Segundo Wisnik, essa mudança no perfil da sociedade boliviana se expressa no surgimento desse tipo de arquitetura, caracterizado por uma afirmação indígena e que, ao mesmo tempo, pode ser considerado hoje um centro importante de resistência ao neoliberalismo.