O governo Temer está tendo dificuldades para votar a reforma da Previdência, muito por conta de ter aprovado uma série de medidas impopulares, como a reforma trabalhista, a lei de terceirização da atividade-fim e o teto de gastos – e agora está pagando a conta.
Para o cientista político André Singer, a situação já estava suficientemente complicada sem que o governo Temer precisasse ter de gastar seus últimos cartuchos para evitar que fosse afastado pelas denúncias da JBS. Com isso, ele parece ter ” esgotado sua capacidade operacional”, como pode ser comprovado pelas divergências em torno da votação da reforma da Previdência.
Singer acredita que o governo só deve colocar a reforma em votação se tiver certeza de que vai passar, o que também tem a ver com a situação econômica do País. “Os deputados já não estão mais aguentando o risco eleitoral que estão correndo a partir da aprovação de tantas medidas impopulares.” O tímido crescimento da economia não tem sido suficiente para garantir o apoio da população ao governo de Michel Temer.