No início de dezembro, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) entregou aos municípios de São Paulo 32 cartas geotécnicas de áreas suscetíveis a desastres naturais. A iniciativa aconteceu durante a cerimônia da Operação Chuvas de Verão, realizada no Palácio dos Bandeirantes. Os documentos visam ao planejamento territorial e à prevenção de deslizamentos, queda de rochas, inundações e enxurradas.
O trabalho é obrigatório e teve origem na Nova Política Nacional de Proteção e Defesa Civil, editada em 2012. A regra foi instituída após os desastres que ocorreram na Serra Fluminense no início de 2011, onde foram registradas cerca de mil mortes e 10 mil pessoas desalojadas.
O docente e pesquisador do IPT Omar Yazbek Bitar afirma que esta iniciativa é realizada há anos com pouca frequência, uma vez que não era obrigatória. Ele explica que as cartas sinalizam quais são os terrenos com propensão de riscos para que não sejam habitados no futuro. No entanto, quando a área já está ocupada, é planejada uma análise de risco para tentar reduzir e evitar danos.
O professor alerta que, no Estado de São Paulo, as corridas de massa em zonas de alta declividade são as de maior ameaça. Segundo ele, o fenômeno é mais comum nas zonas serranas, sobretudo na Serra do Mar e da Mantiqueira.
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