Proximidade de inversão magnética da Terra é inconclusiva

Especialista da USP conta que as evidências coletadas até agora a respeito do fenômeno não são suficientes

 15/02/2018 - Publicado há 6 anos     Atualizado: 20/02/2018 as 14:03

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O ferro líquido presente no núcleo da Terra gera um campo magnético que atua na proteção contra os ventos solares, partículas elétricas que vêm do Sol. Esse campo possui raio cinco vezes maior que o do planeta. Pesquisas nos EUA e na Europa mostram que uma nova inversão desses pólos estaria prestes a ocorrer. Daniele Brandt, física do Laboratório de Paleomagnetismo do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP e membro do comitê executivo da Associação Latinoamericana de Paleomagnetismo e Geomagnetismo (LATINMAG), conta que não há certeza sobre o fenômeno. De acordo com ela, a frequência com que essa reversão ocorre não é exata e os indícios presentes até agora não são conclusivos.

Baseado em estudos, sabe-se que o campo perde força antes da inversão, o que já vem ocorrendo. No entanto, Daniele explica que já foram diagnosticados anteriormente momentos em que a intensidade do campo diminuiu muito e, mesmo assim, a reversão dos polos não ocorreu. Outro fator em destaque é uma anomalia que está ocorrendo no Atlântico Sul, tornando a região menos intensa magneticamente. Porém, não é possível dizer com certeza que esse é o indício do começo de uma nova inversão.

Entre as consequências desse fenômeno estariam problemas de comunicação e na rede elétrica, e até maior incidência de câncer devido à exposição maior aos raios solares. A especialista alerta que esses efeitos não seriam imediatos.

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