Em um ano, 81% dos 58 pacotes de tarifas oferecidos pelos principais bancos do País sofreram reajuste de preços. Esse foi o resultado do estudo do Idec, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, que levou em conta os dados de tarifas bancárias dos cinco maiores bancos do País: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú e Santander.
O levantamento comparou os preços dos serviços financeiros entre novembro de 2016 e outubro de 2017 e, segundo o Idec, o aumento é considerado abusivo.
Mas não são apenas as tarifas dos serviços bancários que preocupam o consumidor. As taxas de juros dos empréstimos bancários continuam exorbitantes, mesmo com a redução da taxa Selic a 7% ao ano pelo Banco Central, levando os juros ao menor patamar histórico.
A análise é do professor Rudinei Toneto Junior, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (Fearp) da USP.
Para o professor, a concentração do mercado financeiro em cinco instituições cria distorções como tarifas elevadas demais. Quanto aos juros, o professor defende uma ação maior do governo, impondo aos bancos oficiais taxas menores dos spreads bancários para forçar a concorrência.
O spread bancário é a diferença entre o custo do dinheiro para o banco, que é o quanto o banco paga ao tomar empréstimo, e o quanto ele cobra para o consumidor na operação de crédito.
Por Ferraz junior