Novo medicamento contra leishmaniose tem resultados promissores

Desenvolvido por pesquisadores da USP, novo tratamento é menos invasivo e mais eficiente

 26/04/2018 - Publicado há 6 anos

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A leishmaniose é uma doença infecciosa causada por parasitas do gênero Leishmania. Anualmente, são registrados de 700 mil a 1,2 milhão de novos casos no mundo. Um estudo realizado no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) busca desenvolver um novo remédio de combate à doença, utilizando a tecnologia de nanocarreadores. O tratamento desenvolvido é tópico, menos invasivo e mais eficiente para os pacientes. A formulação inicial do medicamento ainda passa por testes pré-clínicos em trabalho com o Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da USP. Em entrevista ao Jornal da USP no Ar, Thais Aragão Horoiwa, técnica do Laboratório de Processos Químicos e Tecnologia de Partículas do IPT, falou sobre o novo medicamento.

Ela explica que a doença, transmitida pelo mosquito-palha, pode se apresentar de três formas: a leishmaniose cutânea, a mucocutânea e a visceral. A pesquisa foca principalmente a cutânea, pois a maioria dos casos se apresenta assim. Segundo a pesquisadora, não há interesse da indústria farmacêutica em desenvolver novos medicamentos para a doença, porque a maioria das pessoas acometidas é de classe baixa. Atualmente, só há um remédio para tratamento dessa doença, que é o antimoniato de meglumina.

Pele humana – Flominator via Wikimedia Commons / CC BY-SA 3.0

Thais Aragão comenta que o tratamento com esse medicamento é muito doloroso para o paciente e muitos acabam desistindo por precisar se deslocar até o hospital. Então, percebendo essa falta de opções de medicação, iniciou-se a pesquisa. O novo medicamento utiliza o mesmo fármaco, antimoniato de meglumina, porém, em forma de pomada.

O protozoário responsável pela doença utiliza açúcar. O antimoniato de meglumina foi encapsulado dentro de moléculas de açúcar nos nanocarreadores. Assim, o remédio vai “escondido” dentro de uma molécula que o parasita gosta. Isso faz com que o medicamento seja entregue apenas nas células parasitárias, sendo mais efetivo. Os primeiros resultados foram promissores, mostrando que os nanocarreadores têm uma efetividade maior que o fármaco utilizado hoje em dia.

Jornal da USP, uma parceria do Instituto de Estudos Avançados, Faculdade de Medicina e Rádio USP, busca aprofundar temas nacionais e internacionais de maior repercussão e é veiculado de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 9h30, com apresentação de Roxane Ré.
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