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Na coluna que foi ao ar no dia 24 de março, a professora Marisa Midori continuou a discutir o tema “biblioclastia”, a destruição de livros. Desta vez, ela abordou a destruição de livros causada pelas próprias editoras que os fabricam. A professora citou como exemplo o caso da Editora Cosac&Naify, que no final de 2016, então já extinta, anunciou que a partir de 31 de dezembro daquele ano 400 mil exemplares estocados se transformariam em aparas de papel. “O mais interessante nessa notícia foi que, no dia seguinte e nos meses seguintes, a população se pronunciou, numa tentativa de encontrar uma saída para esses 400 mil exemplares.”
Ela lembrou que, a favor da destruição dos livros, foram feitos discursos relacionados ao “transtorno contábil” que seria causado por uma eventual doação dos livros, ao custo do estoque e do envio postal e até mesmo à “normalidade” dessa prática quando os livros não são vendidos. “São discursos de pessoas competentes, bem formadas, mas que no final das contas também se transformaram em biblioclastas.”
Marisa destacou, porém, que a reação da sociedade surtiu efeito. As vendas dos livros estocados aumentaram, restando 200 mil volumes, que foram adquiridos graças a parcerias feitas entre empresas e outras instituições. “Isso mostra que a biblioclastia, por mais coerente que pareça, não é um fenômeno totalmente aceito em nossa sociedade”, concluiu a professora.