Manobras políticas marcam retrocesso democrático no Brasil

A opinião é do professor Guilherme Wisnik ao comentar, em sua coluna, a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva

 12/04/2018 - Publicado há 6 anos

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A prisão do ex-presidente Lula, no último sábado, serve de motivo para o comentário semanal do professor Guilherme Wisnik para a Rádio USP. Ele começa lembrando que o petista é um preso político pela segunda vez em sua vida, ainda que não por suas atividades sindicais, como da primeira vez em que teve problemas, ainda durante a ditadura militar. Desta vez, na opinião de Wisnik, a prisão se deu por motivos puramente políticos, uma vez que outras figuras da política, sobre as quais pairam acusações mais contundentes, não estão sendo julgadas e continuam soltas.

O colunista lamenta que os avanços democráticos ocorridos no Brasil, nas últimas décadas, tenham caído por terra por meio de manobras como a do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff ou da prisão de Lula, que o tira da disputa presidencial. Para o colunista, a relação entre a ilegalidade de certos atos e a aceitação tácita pela sociedade é um tema a merecer uma discussão mais aprofundada, o que não estaria acontecendo. “O que está sendo feito são condenações pontuais apenas para uma troca de poder explícita, de modo a que esse poder, que através das urnas passou para a mão da esquerda, volte para a mão dos grandes donos do poder desde os tempos da colônia e se mantenha ali.”


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