Especialistas discutem os desafios e angústias da “geração milênio”

Diálogos na USP fala do comportamento da geração milênio na vida social e no trabalho

 06/11/2017 - Publicado há 6 anos     Atualizado: 08/11/2017 as 10:09
Logo da Rádio USP
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Nascidos a partir dos anos 1980, a geração milênio vive em contato com a tecnologia: são nativos digitais que desfrutam do acesso a informações 24 horas por dia. Nesta semana, o programa Diálogos na USP busca entender o que define a nova juventude e de que modo acontecem as interações entre esses jovens e as gerações anteriores. 

Leila Tardivo, coordenadora do Laboratório de Saúde Mental e Psicologia Clínica Social do Instituto de Psicologia da USP – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Convidada do programa, a professora Leila Tardivo, do Instituto de Psicologia (IP) da USP, lembra que a mudança de gerações é saudável, apesar de dificultar o diálogo com os mais velhos — as novas expressões que surgem no vocabulário são símbolo disso. “Costumo dizer que não podemos defender uma volta ao passado”, diz a professora.

Para Rodrigo Cunha da Silva, doutor pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP  e um pesquisador do tema, a geração milênio apresenta pontos fortes como a capacidade de ser flexível para o horário de trabalho e ter mais tolerância com diferentes pontos de vista. Mas ela encontra dificuldades em lidar com a frustração e vive em busca de recompensas imediatas para esforços nem sempre consideráveis.

Rodrigo Cunha da Silva, da FEA USP – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Leila  observa com preocupação a ocorrência de suicídios e automutilações que ocorrem entre os jovens atuais, mas também mostra como a juventude atual é capaz de encontrar novas soluções empreendedoras. “Vivemos de um lado um boom de tecnologia e criatividade, e, de outro, dados alarmantes de violência e de tédio, falta de interesse”, afirma.

Isso influencia no mundo dos negócios, que pode estar ou não mais aberto a recepcionar os millennials. “Se considerarmos que a maioria das empresas do Brasil tem um perfil mais rígido, tradicional, é um desafio que aparece bastante”, coloca Cunha.

Ouça, acima, a íntegra do programa Diálogos na USP.
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Rodrigo Cunha da Silva (à esquerda) e Leila Tardivo no programa Diálogos da Rádio USP – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

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