Centro de São Paulo carece de política habitacional do governo

Especialista lembra casos bem-sucedidos de recuperação de prédios históricos na área central da cidade

 03/05/2018 - Publicado há 6 anos

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O desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida trouxe à tona problemas conhecidos, apesar de silenciados, como são o déficit habitacional e o descaso com a moradia popular e o patrimônio público. Alex Abiko, professor da Escola Politécnica da USP e coordenador do Grupo de Ensino e Pesquisa Engenharia e Planejamento Urbano, espera que a tragédia traga lições e inspire ações que resolvam, ou ao menos minimizem, o problema da habitação na área central da cidade.

Detalhe do edifício Wilton Paes de Almeida ocupado – Foto: Javam Alves/Fotos Públicas-CC

Abiko reconhece a importância de se prestar assistência às famílias atingidas, mas lembra a urgência de se pensar soluções para o problema da moradia. O professor reforça a necessidade de o poder público assumir como responsabilidade uma política habitacional para o centro de São Paulo. Ele lembra que, geralmente, as habitações sociais são construídas em regiões periféricas, onde os terrenos são mais baratos. Mas o problema, nesses casos, é apenas parcialmente resolvido. Sendo prédios mal localizados, impactam outras áreas, como o sistema de mobilidade urbana.

Uma das soluções apresentadas pelo professor é a recuperação de edifícios. Abiko aponta duas justificativas para o imobilismo do poder público nesse sentido: uma financeira e outra tecnológica. É caro reformar prédios inteiros e construções antigas costumam ter problemas que são encontrados já durante o processo de reconstrução. O professor conclui dizendo ser necessário aprender com os casos de sucesso e, por isso, apresenta exemplos de recuperação de construções no centro de São Paulo, como o Edifício Riachuelo e o Casarão do Carmo, transformados em habitação social.

Jornal da USP, uma parceria do Instituto de Estudos Avançados, Faculdade de Medicina e Rádio USP, busca aprofundar temas nacionais e internacionais de maior repercussão e é veiculado de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 9h30, com apresentação de Roxane Ré.

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