Casos de corrupção causam descrença nas instituições democráticas

José Álvaro Moisés comenta casos de corrupção que envolvem Geddel Vieira Lima, Joesley Batista e Antonio Palocci

 12/09/2017 - Publicado há 7 anos

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Na coluna “A Qualidade da Democracia” desta semana, o professor José Álvaro Moisés comenta três fatos que, segundo ele, “deixaram a sociedade dos brasileiros em suspense”.

O primeiro deles envolve o ex-ministro da Secretaria de Governo do presidente Michel Temer, Geddel Vieira Lima, que foi preso no último dia 8, após a Polícia Federal (PF) encontrar malas e caixas contendo R$ 51 milhões em dinheiro vivo, num apartamento usado por Geddel exclusivamente para esse fim.

As prisões de Joesley Baptista, dono da JBS, e do lobista Ricardo Saud também foram assuntos da coluna. Eles se entregaram à PF após o ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, ter determinado as prisões de ambos, a pedido de Rodrigo Janot, procurador-geral da República. O motivo das prisões foi a revelação de um áudio gravado por Batista e Saud, em que há, segundo Janot, a prova de que eles omitiram crimes ao Ministério Público Federal, durante o período em que estavam em delação premiada.

O terceiro fato seria o depoimento do ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil, Antonio Palocci, condenado a 12 anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro pela Operação Lava Jato. Palocci prestou depoimento ao juiz federal Sérgio Moro no último dia 6, acusando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de fazer um “pacto de sangue” com a construtora Odebrecht, empreiteira acusada de participar de um cartel que atuava em contratos da Petrobras. O “pacto” envolvia o pagamento de R$300 milhões de vantagens indevidas a Lula e ao PT, bem como a compra de um terreno para a sede do Instituto Lula e a reforma do sítio do ex-presidente petista, em Atibaia.

Para Moisés, esses fatos causam “estarrecimento, decepção e descrença de boa parte da opinião pública”, bem como aumentam a “desconfiança com as instituições democráticas”. O colunista também comenta a “nova fase que o País está vivendo”, no que diz respeito ao avanço do combate à corrupção. Confira, acima, a coluna na íntegra.


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