O aquecimento global, esse vilão que ameaça a vida e o meio ambiente de nosso planeta, tem sido bom para o cultivo de videiras. A informação é do enófilo Mauro Marcelo Alves para a sua coluna semanal para a Rádio USP. Segundo ele, o aquecimento global tem propiciado colheitas mais precoces, o que favorece a concentração de aromas e sabores advindos de uma maior quantidade de açúcar, o qual, por sua vez, será transformado em álcool.
Marcelo Alves diz que a uva vinífera é muito caprichosa. Ela vai ser excelente para a produção se atender a alguns requisitos básicos, todos eles relacionados às estações do ano. O inverno, por exemplo, tem de ser muito rigoroso, para que não haja uma brotação prematura da videira. Da mesma forma, a planta exige uma poda muito severa logo após a colheita, para que entre em repouso e reúna, assim, as condições necessárias para renascer com mais força na primavera.
Outra condição é a de que não pode haver muita chuva, pois a uva vinífera não gosta de um solo muito fértil, embora aprecie um verão quente, que propicia plena maturação dos cachos.
Um problema com a colheita no Brasil – ao contrário do que ocorre no hemisfério norte, quando se dá no outono – é de que acontece no verão, período de chuva abundante, o qual favorece o surgimento de doenças que devem ser combatidas com o uso de pesticidas, o que não é bom, esclarece Mauro Marcelo Alves.