Após falhas de organização ninguém quer arcar com ônus das Olimpíadas

Professora comenta situação decadente do Comitê Organizador Rio 2016, que deve pagar obras de reparo das arenas

 04/04/2018 - Publicado há 6 anos     Atualizado: 06/04/2018 as 14:32

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O Tribunal de Contas da União determinou que o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016 deve pagar os custos das obras que terão de ser feitas para corrigir danos causados às arenas utilizadas durante o evento. As instalações custaram 7 bilhões e 200 milhões de reais. Agora, o CO diz não ter recursos para arcar com o reparo das estruturas, cujo valor ainda está sendo calculado. A situação do Comitê Organizador não é fácil: após denúncias de corrupção e prisão de grandes figuras a ele ligadas, a entidade não tem fonte de renda e apenas 6 funcionários continuam à sua frente.

Na avaliação de Katia Rubio, professora da Escola de Educação Física e Esporte da USP e membro da Academia Olímpica Brasileira, passados os jogos, ninguém quer se responsabilizar pelo legado material do evento. Katia diz que, desde a organização das Olimpíadas, era necessária a elaboração de um plano de manejo que definisse o uso das instalações e os recursos necessários para sua manutenção, o que não foi feito.

O que temos hoje, segundo Katia, é um “zoológico cheio de elefantes brancos” e uma tentativa de sensibilizar poderes para arcar com os ônus dos jogos. As Olimpíadas, que surgiram como uma tentativa de retirar o Rio de Janeiro de uma decadência institucional e estrutural que vem de décadas, teve resultado contrário, avalia a professora. Nos próximos dias, devem ser travadas batalhas judiciais para decidir quem vai pagar a conta.

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