Aedes Aegypti transgênico não oferece riscos à saúde humana

Segundo professora da USP, medida é eficaz, mas é necessário um controle integrado de toda a sociedade

 04/04/2018 - Publicado há 6 anos     Atualizado: 06/04/2018 as 10:16

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A justiça autorizou a Oxitec, em ação contra a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) a comercializar o mosquito Aedes Aegypti modificado. O parecer utilizado para a decisão foi o da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), que é favorável pela espécie transgênica “não apresentar riscos ao meio ambiente, aos seres humanos e aos animais quando comparada à mesma espécie não geneticamente modificada.” A Oxitec, empresa criada em Oxford em 2002, desenvolve soluções sustentáveis para controle de insetos que espalham doenças e prejudicam plantações. Margareth Capurro, professora do Departamento de Parasitologia do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, explicou como a espécie de mosquito é modificada para controle de população.

A bióloga conta que o inseto transgênico foi apresentado pela primeira vez em 2003, portanto, é um produto que vem sendo testado em laboratório há muitos anos. Margareth Capurro explica que os mosquitos modificados são sempre os machos. A alteração genética faz com que todas as ovas da fêmea que cruzar com aquele mosquito morram. Assim, reduz-se a população daquela área em questão. Ela ressalta que o problema com a ANVISA é a regulamentação dessa espécie, mas que se sabe que a área “tratada” com mosquitos transgênicos não traz problemas para a população.

Segundo a especialista, o inseto geneticamente modificado deve fazer parte de um controle integrado. Ou seja, é necessário observar todos os diferentes criadouros (vasos de planta, reservatórios de água, lixo, garrafas PET, tampas de garrafa, postes, etc.). O mosquito transgênico alcança lugares que o homem não alcança, mas é necessário um trabalho de capacitação e conscientização, não só dos agentes de saúde, mas também de empresas e da sociedade.

Jornal da USP, uma parceria do Instituto de Estudos Avançados, Faculdade de Medicina e Rádio USP, busca aprofundar temas nacionais e internacionais de maior repercussão e é veiculado de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 9h30, com apresentação de Roxane Ré.
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