Instituto da Criança busca voluntários para pesquisar impactos da pandemia na saúde

O professor Clóvis da Silva, coordenador do estudo, destaca que o objetivo é conhecer o impacto físico e emocional na vida do adolescente entre 10 e 19 anos, verificando dados como alimentação, atividade física e sono

 01/09/2020 - Publicado há 4 anos
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Em quase seis meses de quarentena os impactos da pandemia, para além dos infectados e das vidas perdidas, são enormes e várias pesquisas buscam respostas para a mudança de estilo de vida que tivemos. Uma delas, inédita, é do Instituto da Criança e do Adolescente (ICr) do Hospital das Clínicas (HC), que está em busca de jovens saudáveis para participarem de um estudo sobre saúde física e mental nesses tempos difíceis de pandemia. Este é justamente o objetivo dos pesquisadores: saber como está o impacto físico e emocional na vida do adolescente com alguma condição crônica e também de jovens sadios.

Coordenada pelos médicos Clóvis Artur Almeida da Silva e Lígia Bruni Queiroz, a pesquisa pretende traçar dados como a alimentação, o sono, as atividades físicas e o impacto emocional, como o medo da covid-19, que os adolescentes possam estar sentindo. “Esse projeto traz o benefício de conhecermos esses aspectos do adolescente que tem uma condição à doença crônica, mas também do adolescente brasileiro, de São Paulo, e sadio”, explica Clóvis da Silva, que é professor titular do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina (FM) da USP, em entrevista ao Jornal da USP no Ar.

Além de acompanhar jovens que já são atendidos no ICr por terem doenças crônicas preexistentes, o estudo está em busca de adolescentes com idade entre 10 e 19 anos. A análise preliminar já indica que os impactos são diferentes para as três fases da adolescência, por isso, é importante alcançar o número de voluntários acompanhados, cerca de 500 adolescentes. De acordo com Silva, um dos principais aspectos a serem analisados é o sono, fundamental para o crescimento cerebral presente em toda a adolescência, sendo ideal dormir de oito a nove horas diárias. 

O médico ainda oferece dicas para uma boa regulação do sono: dormir no horário rotineiro da pré-pandemia; 30 minutos antes de dormir desligar toda tela como celular e TV; evitar café ou energético. “[Ressalto] o tempo de tela, o tempo que ficam no celular. Já sabemos que os adolescentes estão ficando 10-12 horas e esse é um tempo de estresse tóxico, [que precisamos] minimizar”, alerta Clóvis da Silva, apontando o papel dos pais como fundamental para essa observância.

“Outra questão é o sedentarismo, que talvez seja o problema mais importante: temos alguns adolescentes que ganharam 10 kg de peso. Isso é um ponto que precisamos estar atentos e atividade física em casa é fundamental”, frisa o coordenador da pequisa Impacto do isolamento social na saúde física e psíquica de adolescentes com doenças crônicas preexistentes durante o enfrentamento da covid-19. Na pesquisa será feito um ensaio clínico randomizado de um programa on-line de treinamento físico aeróbico, visando a combater a obesidade já constatada previamente, além de acompanhamento por uma equipe de nutrição. 

Para participar, o pai, a mãe ou o responsável legal do adolescente sadio deverão enviar uma mensagem, via WhatsApp, para um dos quatros telefones: (11) 97579-1539, (11) 96117-7434, (11) 99187-3193 ou (11) 99430-2540. A inscrição também poderá ser feita através de formulário clicando aqui.

Ouça a entrevista completa no player acima.


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